O artigo do biólogo, Fernando Reinach, “Envelhecimento e fome”, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, de 7 de setembro último, informa que “uma restrição na quantidade de calorias ingeridas prolonga a vida”, um fato já bem conhecido de todos. Eu mesmo, em pelo menos três ocasiões, neste espaço, publiquei matérias referentes a relação entre quantidade de comida, saúde e duração da vida: outubro de 2013: “Coma, apenas 3 vezes ao dia”; junho de 2014: “Coma menos”; e março deste ano: novamente escrevi sobre “coma menos”. No DNA estão os dados que comandam o funcionamento das células. Acontece que, diariamente, em cada célula, até 100 mil subunidades desse DNA são lesionadas, mas, o organismo é dotado de um sistema que repara e corrige até 99% dos erros, impedindo que a pessoa entre em processo de rápido envelhecimento, como ocorre na síndrome de Cockayne, uma doença na qual existem falhas nesse sistema de reparo e a pessoa envelhece muito rapidamente. A grande novidade comentada pelo biólogo Reinach é que “um grupo de cientistas demonstrou que a restrição alimentar melhora o reparo de DNA e prolonga a vida”. Ou seja, comer menos, ingerir menor quantidade de calorias, faz com que o sistema de reparo dos erros do DNA (que determinam o envelhecimento), funcione melhor e retarde ao máximo o processo de envelhecimento. Ao contrário, comer além do necessário inibe esse sistema de correção e provoca um envelhecimento mais acelerado.
MENOS É MAIS
As pesquisas apresentam detalhes do funcionamento do sistema de defesa e confirmam o que já é sabido através dos estudos e registros clínicos do dia-a- dia. O corpo se mantém e funciona melhor com menos alimentos do que as pessoas pensam e comem. Comer menos significa viver mais, mesmo.
INIMIGO MORTAL
Uma grande agressão que alguém comete contra sua vida é comer além do que o seu corpo precisa: cria condições para ocorrências de complicações graves, como, dislipidemias, hipertensão arterial, diabetes, infarto cardíaco, derrame cerebral, câncer, Alzheimer, entre outras, que, conforme as estatísticas, ocorrem cada vez mais e em pessoas cada vez mais jovens.
O PESO DENUNCIA O ENGANO
O aumento gradativo do peso denuncia que uma quantidade excessiva de alimentos está sendo ingerida. O corpo armazena a energia que sobra na forma de gordura. O índice crescente de obesidade atesta o grave equívoco de comer demais.
NOVA ROTINA
Comer é gostoso e vicia. Dizer não aos excessos, colocar limites não é fácil, mas é preciso, com determinação e poder de renúncia, até que se estabeleça uma nova rotina saudável e igualmente gostosa.
CAUSA BÁSICA
Entende-se, então, porque o excesso de peso é tão prejudicial, pois, comer além do necessário inibe o sistema de reparo dos danos celulares, acelerando o envelhecimento e mau funcionamento dos órgãos, suas doenças e a morte precoce.
QUANTIDADE NECESSÁRIA
Para ser forte é preciso comer apenas o necessário, conforme a necessidade de cada pessoa, em função do gasto de energia determinado por sua atividade física. Não se trata, portanto, de comer pouco, mas o necessário. O sedentário gasta muito pouca energia, assim, uma aparente pequena quantidade de comida pode ser excessiva, diante do pouco que precisa.
DOENÇAS E ALIMENTAÇÃO
A razão de tantas pessoas doentes está na relação das doenças com a alimentação, está amplamente errada em quantidade, qualidade e frequência, na grande maioria das pessoas.
CORREÇÃO NECESSÁRIA
É preciso vigiar e corrigir o excesso de comida, ingerida nas refeições, lanches e fora de hora. Para ter saúde basta comer três vezes ao dia, sendo pouco ou nada no jantar e nada ao deitar.
PREÇO ELEVADO
O prazer de comer e, com ele, o comer excessivo, tem sido o vilão de uma imensa multidão que precisa acordar para a realidade do elevado preço que paga: a saúde e a vida.